Sonho
É sempre quando estou perto de ir
Certa de me despedir,
No sono, que ainda é desconhecido
No cansaço, que por hora se repete
É quando fecho os olhos, mas lá fora amanhece
É quando eu me deito e o peso do mundo aquece
É ai que me invade
Se fosse miragem
Houvesse mensagem
Ancoragem de mim
Em todas as imagens.
Não sei distinguir
Entre o adormecer e o sentir
Se é a brisa a invadir,
Se é em vão que me trazes aqui.
Aposto que você não vai pegar a estrada pra me ver, mas sonhei com você Chegando mais cedo, pra gente conversar.
Sonhei que você chegava de surpresa e não me levava nada, pra poder voltar mais vezes.
Sonhei que você vinha me ver mais vezes e muitas vezes que quisesse. Dessa vez levava tudo e um pouco mais que tivesse, pra poder voltar mais vezes. Pra poder sonhar as vezes.
No sonho você vinha sem medo, no calor de um trovejo, me surpreender
Sonhando eu te via aparecer, feliz que estava vindo de caso pensado olhar pra mim. Só que sonho chega ao fim.
Olhar pra me ver.
Dividir um momento
Um cafuné, um brigo.
Aposto que você nunca pensou nisso.
Duvido que já quis estar aqui perto
Não perto como eu quero
Perto como incerto
Perto do deserto
Sem certeza do que é certo.
Eu tenho um par de olhos que trabalham bastante
Eu tenho uma cabeça pensante
Tenho sonhos pulsantes
Tenho planos redundantes
Sonho como quem planeja distante,
Observo como quem deseja constante.
O sonho também invade
Cala, consente
Desmente
As voltas
Às voltas
De volta
Na mente.
Não se assuste, se um dia eu te disser que não quero mais te ouvir.
É pra minha cabeça não repetir passo por passo
Traço por traço
O embaraço
De como eu me senti.
Impede que eu sonhe
Dificulta a vida de um ser insone
Notívago o suficiente para divagar
Devagar o suficiente para ser consone
Sintonizar para além do que este plano consome.
Deitar para ver
O céu do sonho amanhecer.
E acordar como se não tivesse adormecido
Ainda que tenha vivido um mundo em tanto anoitecer.