Não sei cantar

Catarina Nogueira
1 min readJul 22, 2021

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Eu queria poder dizer que te quero, mas quanto mais eu quero, menos eu consigo

menos eu posso, menos eu devo

E quanto menos eu consigo dizer que te quero enquanto ser e estar,

mais eu quero dizê-lo

se não, gritá-lo

por toda vez que te topar por aí.

Teus símbolos

as risadas estranhas, as vezes mudas,

Escondem mais do que falam

e ainda assim, dizem imensamente de algo denso

Como só filho do tempo pode se formar.

Tão denso, as vezes é difícil lidar

pesa bem no dia a dia,

quando procuro e nada chia

a voz oculta de quem não pode nunca deixar cair o que está no ar

Fica no ar assim, também, pairando em toda gente

A gente segura,

em todo encanto que a gente sente,

quando a chuva começa a cantar.

Eu não conto com tua presença,

Que de vez em quando cessa,

mas nem é preciso procurar.

Talvez um dia a gente se despeça,

Mas mesmo que sem muita pressa,

Espero não ser antes de uma constatação.

E de antemão, aproveito de bom grado o desafio

De afogar isso no rio, de banhar-me em solidão.

Confesso que me exponho ao incerto.

O certo,

é que eu guardo ainda um bom afeto

Cuja a natureza eu nem me preocupo mais em precisar.

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