Enxaqueca

Catarina Nogueira
1 min readAug 16, 2019

--

Há coisas que somente o silêncio nos conta. O isolado, o tranquilo.

Um convite a perder-se na obsessão, a pressão e as voltas na cabeça.

Dói, machuca e não sessa,

Te lembrando cada respiração, cada passo, cada voz.

O silêncio que precede o som, que prepara e também permite.

O profundo nada, num baque seco, feito no oco do homem

Sara, sente e sangra.

O quanto puder resistir ao terrível peso da noite, se permita sentir a força do vento que faz toda dobradiça tremer.

A natureza arredia empurra a toda força o que foi largado nas pistas.

Pesa no peito mas alivia na alma, esfria a pele e esquenta

As luzes acesas machucam os olhos, que também não dão conta a vastidão vazia que vira a cidade.

O medo de saber da verdade se sobressai neste silêncio enunciante.

Aqui todas as veias recebem o pulso à pressão e o suor

Resto o grito

Enquanto a cidade toda estreme.

Sign up to discover human stories that deepen your understanding of the world.

Free

Distraction-free reading. No ads.

Organize your knowledge with lists and highlights.

Tell your story. Find your audience.

Membership

Read member-only stories

Support writers you read most

Earn money for your writing

Listen to audio narrations

Read offline with the Medium app

--

--

No responses yet

Write a response