Enxaqueca
Há coisas que somente o silêncio nos conta. O isolado, o tranquilo.
Um convite a perder-se na obsessão, a pressão e as voltas na cabeça.
Dói, machuca e não sessa,
Te lembrando cada respiração, cada passo, cada voz.
O silêncio que precede o som, que prepara e também permite.
O profundo nada, num baque seco, feito no oco do homem
Sara, sente e sangra.
O quanto puder resistir ao terrível peso da noite, se permita sentir a força do vento que faz toda dobradiça tremer.
A natureza arredia empurra a toda força o que foi largado nas pistas.
Pesa no peito mas alivia na alma, esfria a pele e esquenta
As luzes acesas machucam os olhos, que também não dão conta a vastidão vazia que vira a cidade.
O medo de saber da verdade se sobressai neste silêncio enunciante.
Aqui todas as veias recebem o pulso à pressão e o suor
Resto o grito
Enquanto a cidade toda estreme.