Alerta Laranja
Essa hora o mar está pegando fogo, assim como nada estaria tão quente de baixo de chuva.
Mas a raiva do vento ainda não chegou por lá.
É muito mais que um grito,
O atrito, treme no abisso
Não sei se poderia comportar a pausa
entre a cor, a dor e o estrondo.
Quebra o vento,
À força,
Soando cada vez mais ocoo abismo das águas.
Rasga de frio a espinha,
Quando irrompe a linha
Ramificada e acesa,
No céu que eu custo a enxergar.
É como um véu
Cobre de densa mágoa o céu,
Corpulento de complexa tirania.
E sei que o mar essa hora chia
Como só água sombria
Pode um dia revoltar.
E na sombra da água do mar
Eu misturo a dor do trovão
A quentura depois do clarão
Com a frieza do esperar.
Lá vem o próximo com alegria.